sábado, 17 de julho de 2010

O português e a condução

Meninas e meninos, o português tem muito que se lhe diga.
Uma das maiores características do português é que não se deixa dominar, nem comandar e nem liderar. Não há cá chefias, o português não deixa que alguém mande nele!
Se o Diabo fosse possuir o português, ao fim de dois dias já estava a sair. "PORRA, ESTE GAJO SÓ RESSONA À NOITE E SÓ MANDA É VIR COMIGO. PÁ, CAGA NISSO, VOU MAS É POSSUIR UM AFRICANO OU UM FRANCÊS, OU ASSIM."
Uma das formas em que é perceptível que o português não se deixa comandar é na condução. Principalmente os homens. Nós odiamos ser conduzidos pelos outros, seja um homem, uma mulher, um cão, um gato, um piriquito, uma ovelha. Não interessa. Tem é que ser ele que está a conduzir.
E se não é ele, começa logo com suores frios, branco como a cal e com espasmos. Então quando é uma mulher... ainda está um sinal de STOP a 500 metros e já está ele a dizer:" PÁRA! PÁRA ESSA MERDA! PÁRA, PÁ! PÁRA!" E a mulher desconcentra-se, enerva-se e pimba. Espeta com o carro numa valeta ou enfaixa-se numa parede ou noutro carro. E a culpa é nossa em relação a isso.
Então se o homem português não está a conduzir, entra em parafuso e o que é que ele faz? Mete-se na condução dos outros! Nunca vos aconteceu estarem a dar boleia a um gajo e param num semáforo. Estão a olhar para o sinal, a controlar perfeitamente, e quando fica verde, vocês ainda estão a meter a primeira, já o gajo está a dizer: "Está verde." Epá, eu sei. Ainda por cima não sou daltónico. Por isso é que eu estou a conduzir!
Ou então quando estã para entrar na auto-estrada. Vocês olham para o lado, vêem que podem entrar, e o gajo maravilha: "Podes ir." MERDA, EU SEI. POR ISSO É QUE SOU EU QUE ESTOU AO VOLANTE E NÃO TU. Por amor de Deus, quando estás a cagar, eu não me meto ao teu lado na casa-de-banho: "Papel..." Ou quando estás a pinar, eu não vou para o teu lado, no quarto: "Levanta-lhe a perna esquerda, que ela está a cair da cama..."

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