A terra

Minhas queridas e meus queridos, vou para a terra. Vou para a terra que lá e que se está bem. Aliás, eu quero é casar com uma mulher da terra.
O meu sonho é estar a fazer amor com uma mulher da terra e, de repente, ao sentir que me estão a cair gotas de água em cima da testa, reparar que é o suor que está a sair do seu bigode. Esse é o meu sonho. Quer dizer, é um dos meus sonhos. Outro é estar a ver um anúncio da nova Gillette - "Gillette, o melhor para o homem!" - e a minha mulher, em vez de me dizer: "Querido, um dia destes, compro-te esta gillette", dizer-me: "Querido, um dia destes, compramos esta gillette."
Outro dos meus sonhos com a mulher da terra não é propriamente ouvir: "Tomé, vamos fazer amor...", com aquele ar embasbacado e romântico, com um gajo atrás a ticar violino atrás e tudo. Não. Quero uma mulher que me diga, no meio do mato: "VAMOS FOUDEIR, TAJABER!", com uns bêbados lá atrás a tocar concertina e ferrinhos, em vez do outro tótó a ticar violino.
Atenção. As mulheres da terra não são todas assim. Estas são algumas, de maneira que não quero que as mulheres da terra que eu conheço pensem que eu acho que elas são assim. Mas é com uma assim que eu meu quero casar. Porque se somos felizes com uma mulher, é com uma mulher destas. Ninguém vai querer olhar para elas! Isto porque as pessoas estão cada vez menos sentimentalistas. Mas eu não. Eu olho para o seu valor interior. Aliás, eu olho sempre para o interior de uma mulher. Ainda hoje de manhã estava no metro e entrou um granda avião, com um também granda decote. E eu fiz um enorme esforço com o pescoço para lhe ver as mamas. E consegui. Como vêm, eu olho para o interior de uma mulher.

Dado algum feedback, que aqui fique bem explícito que muito eu gostaria de beijar mulheres destas.